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Partimos de uma noção de persistência que se estabelece como uma espécie de teimosia tática. Diferente da noção de resistência, que nos encaminha à noção de enfrentamento e luta direta, no persistir há tanto a expressão de uma condição passiva - um deixar-se permanecer - quanto ativa - a determinação de permanecer.
Quando tratamos o persistir como uma tática o fazemos por entender que se trata não apenas de enfrentamentos diretos e estratégicos. Fazendo uso da noção de tática, evidenciada por Certeau (1994), a persistência inclui também jogar com as perdas, alinhavar as tensões no tempo presente e responder a elas às vezes com o fixar, às vezes com o recompor.
“A tática tem que utilizar, vigilante, as falhas que as conjunturas particulares vão abrindo na vigilância do poder proprietário. Vai caçar, cria, ali, surpresas, consegue estar onde ninguém espera; é astúcia” (CERTEAU, 1994, p.101).
As persistências urbanas seriam lugares que restam, mas não resíduos. Definitivamente não são vazios urbanos e nem tampouco espaços a serem resgatados, revitalizados, renovados, ressignificados. Não são resquícios do que se foi nem tampouco nada a ser trazido à contemporaneidade.